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segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Crónica sobre xadrez nº 11

À conversa com um campeão

Decorreu no ultimo fim de semana em Vila Nova da Barquinha o Campeonato da II Divisão da Zona Centro, no qual participou o Grupo de Xadrez de Santarém. Com dez equipas participantes, estava em disputa apenas um lugar de promoção de divisão, enquanto o perigo de despromoção espreitava às cinco ultimas equipas classificadas. Foi a Associação Académica de Coimbra quem finalmente subiu de divisão, frustrando as expectativas de retorno alimentadas pelo Riomaiorense, que acabou classificado no segundo lugar. O Grupo de Xadrez de Santarém, ao garantir o quinto lugar, logrou manter-se na II Divisão. O Grupo jogou com os seus mais jovens jogadores, sem grande experiência de competição, pelo que o resultado é animador, tendo mesmo merecido um elogiou dos veteranos do Riomaiorense, que afirmaram que com um pouco mais de trabalho, se conseguiria ir muito mais longe.

Mas fazendo jus ao título: o cronista (que serviu apenas de motorista à equipa), sempre ávido de alimento para a sua crónica, muito folgou com uma interessante conversa sobre xadrez que manteve com Diogo Alho, que foi campeão de Portugal de Sub 16 (quando tinha apenas 14 anos) e que jogou o mundial desse escalão. O Diogo é natural de Torres Novas, onde jogou na Zona Alta. Tem agora 22 anos e estando a estudar em Coimbra, joga pela Académica, tendo sido o principal reforço desta equipa (e sem menosprezo para os outros jogadores, foi quem permitiu que a Académica subisse). Académica que já convidou o Bruno (que participou neste Campeonato pelo Grupo de Xadrez de Santarém e também está a estudar em Coimbra) para fazer parte da sua equipa: é a desforra do Grupo, que não subindo de divisão, passará no entanto a dispor de um seu ex-jogador a jogar na Primeira Divisão.

Junto do Diogo, que se mostrou um bom conhecedor dos meandros do xadrez nacional, tentámos apurar uma visão de conjunto, em termos de competitividade internacional, do «xadrez português». Mas poderemos falar de um «xadrez português», de uma identidade específica do jogador português? Haverá alguma coisa que de um modo geral diferencie um português em relação aos demais? Eis o que nos preocupou. Colocando-nos quase numa perspectiva de empresários: quais as potencialidades e as deficiências do estilo português ? É que em cada virtude existe um defeito equivalente: o segredo está em saber promover a virtude e abafar o defeito. A nossa interessantíssima conversa estendeu-se por vários factores que condicionam o desenvolvimento da modalidade no nosso país, e o que de positivo tem vindo a ser ou pode ser feito em prol da sua divulgação e melhoria de qualidade.

Pois é, está-se mesmo a ver que a conversa propriamente dita terá de ficar para a semana, pois já não caberia nesta caixa. Entretanto já abrimos o apetite.

P.S.: Circulando em Lisboa, atentou o autor desta crónica num desses graffitis murais bastante coloridos e que dizia: «Life is like... a game of chess Esta crónica está mesmo a pedir uma imagem para ver se anima.

by José Fernando in jornal "O Ribatejo", Junho 1998

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