A história do café começou no século IX. Originário das terras altas da Etiópia (possivelmente com culturas no Sudão e Quênia) e difundido para o mundo através do Egipto e da Europa. Mas ao contrário do que se acredita, a palavra "café" não é originária de Kaffa - local de origem da planta -mas sim da palavra árabe "qahwa", que significa "vinho da Arábia", devido à importância que a planta passou a ter para a Arábia.
Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi observou que as suas cabras ficavam mais espertas ao comer as folhas e frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o fato, começou a utilizar uma infusão de frutos para resistir ao sono enquanto orava.
O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e no século XVI o café era utilizado no oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia.
Na Arábia, a infusão do café recebeu o nome de Kahwah ou Cahue (ou ainda Qah'wa, do original em árabe قهوة). Enquanto na língua turca otomana era conhecido como Kahve, cujo significado original era vinho. A classificação Coffea arabica foi dada pelo naturalista Lineu.
Em 1475 surge em Constantinopla a primeira loja de café.
Por volta de 1570, o café foi introduzido em Veneza, Itália, mas a bebida, considerada maometana, era proibida aos cristãos. Só passou a ser uma bebida de consumo livre, quando o papa Clemente VIII o provou.
Na Inglaterra, em 1652, foi aberta a primeira casa de café do continente europeu, seguindo-se a Itália dois anos depois. Em 1672 cabe a Paris inaugurar a sua primeira casa de café. Foi precisamente na França que, pela primeira vez, se adicionou açúcar ao café, o que aconteceu durante o reinado de Luís XIV, a quem haviam oferecido um cafeeiro em 1713. Na sua peregrinação pelo mundo o café chegou a Java, alcançando posteriormente os Países Baixos e, graças ao dinamismo do comércio marítimo holandês executado pela Companhia das Índias Ocidentais, o café foi introduzido no Novo Mundo, espalhando-se nas Guianas, Martinica, São Domingos, Porto Rico e Cuba. Gabriel Mathien de Clieu, oficial francês, foi quem trouxe para a América os primeiros grãos.
Grãos de café Arábica
Ingleses e portugueses tentaram a sua sorte nas zonas tropicais da Ásia e da África.
As primeiras plantações dos portugueses no Brasil foram feitas na Região Sudeste do país, em 1727. Francisco de Melo Palheta foi quem introduziu no Brasil o café, depois de uma viagem à Guiana Francesa.
O negócio do café começou, assim, a desenvolver-se de tal forma que se tornou a mais importante fonte de receitas do Brasil durante muitas décadas.
Plantação de café – Brasil.
Os estabelecimentos comerciais na Europa consolidaram o uso da bebida do café, e diversas casas de café ficaram mundialmente conhecidas, como a Virgínia Coffea House, em Londres, e o Café de La Régence em Paris, onde se reuniam nomes famosos como Rousseau, Voltaire, Richelieu e Diderot.
O invento da cafeteira, já em finais do século XVIII, por parte do conde de Rumford, deu um grande impulso à proliferação da bebida, ajudada ainda por uma outra cafeteira de 1802, esta da autoria do francês Descroisilles, onde dois recipientes eram separados por um filtro.
Em 1822 uma outra invenção surge em França, a máquina de café expresso, embora ainda não passasse de um protótipo. Em 1855 é apresentada numa exposição, em Paris, uma máquina mais desenvolvida, mas foi em Itália que a aperfeiçoaram.
Assim, coube aos italianos, apenas em 1905, comercializar a primeira máquina expresso, precisamente no mesmo ano em que foi inventado um processo que permitia descafeinar o café. Em 1945, logo após o final da Segunda Guerra Mundial, a Itália continua a ter a primazia sobre os expressos e Giovanni Gaggia apresenta uma máquina onde a água passa pelo café depois de pressionada por uma bomba de pistão. O sucesso foi notório.
Com a "quebra" da Bolsa de Valores americana em 1929, o Brasil teve a primeira grande crise de superprodução do café, tendo o governo brasileiro promovido a queima de excedentes para tentar manter os preços. Nos finais da década de 30, o Brasil tinha-se visto a braços com outro excedente de produção que foi resolvido com ajuda da Nestlé, quando esta inventou o café instantâneo.
O café é, actualmente, a bebida mais consumida no mundo, sendo servidas cerca de 400 biliões de “bicas”por ano. O tipo de café mais comum é o arábica, ocupando cerca de três quartos da produção mundial, seguido do robusta, que tem o dobro da cafeína contida no primeiro.
Origem : Wikipédia
Curiosidades...
- um português, em média, bebe 2 cafés por dia.
- nos países nórdicos bebe-se mais café: em média 4 chavenas (também, aquilo não é bem café...)
- um estudo americano (tinha de ser) alerta para o perigo de que beber 7 ou mais cafés por dia, pode causar alucinações.
- um outro "grande" estudo provou que as mulheres que bebem 4 cafés por dia, que menos probabilidade que sofrerem de cancro.
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