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terça-feira, 20 de setembro de 2011

O fim da «ciência»

Este domingo, a revista Nature Structural & Molecular Biology publicou uma notícia espantosa. Tinham pedido a alguns cientistas para traduzirem para um jogo, uma questão científica com a qual lidavam há mais de uma década, sem soluções à vista.




O jogo traduzia o estado da questão e continha as ferramentas para fazer simulações. Não passava de uma «simples brincadeira», mas eis que alguns leigos, sem qualquer preparação científica especial, apenas munidos da sua curiosidade e espírito lúdico, desvendaram o mistério em apenas três semanas. Investiguem!



Eis um bom exemplo de como muita coisa está a correr mal no mundo moderno! Preparamos especialistas, gente que passa uma vida a estudar um fragmento de saber, no qual é supostamente muito bom... Mas como pode ser muito bom, se não percebe nada do resto, se não sabe relacionar as coisas? Os vícios do pensamento cartesiano e positivista emergem claramente!



Na escola: porque insistimos em tentar produzir robots? Porque continuamos a encarar a educação como um acumular de conhecimentos soltos, como a memorização de factos isolados, a mecanização de fórmulas, sem qualquer ligação com a vida? É apostar na mediania de coisa nenhuma.



Esta mentalidade está claramente desactualizada. Os tempos da produção em série, da taylorização, nos quais o desafio era desapropriar o operário do poder sobre o seu trabalho, tornando-o facilmente substituível, acabaram! Hoje já temos robots que fazem tudo.


Já não precisamos de operários obedientes, que não pensem, não façam greves, não adiram ao Partido Comunista... Essa mentalidade já deu aso a duas guerras mundiais de matanças em série... Obedecer cegamente a ordens, não pensar, não possuir uma mundivisão alargada e actualizada, é claramente promover o pensamento genocida e intolerante.


Precisamos é de ideias novas, outras maneiras de ver as coisas, criatividade, sensibilidade, gente que saiba pensar num fim e executar, gente que saiba utilizar bem o computador, percebendo como funcionam as coisas...

...Enfim, soluções para o mundo. A brincar, a brincar... Eureka. Aquilo que os computadores mais potentes (com os seus programadores) ainda não tinham conseguido. No xadrez já tínhamos visto isto... Por isso considero que isto é um bom sinal, que nos deve fazer reflectir em como voltar a dar ao mundo uma certa unidade: está visto que partir tudo às postas, como o fez Descartes, está fora de moda!


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