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« Fiquei muito contente por saber que o presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, já está a ganhar algum polimento. Já começou a adoptar algumas medidas políticas não apenas racistas e nazis, como até aqui. Refinou-se um pouco ! Aprendeu alguma coisa com os nossos governantes, presumo. Já tomou, por exemplo, uma medida que parece aprendida com a nossa ministra da Educação.
A ministra cá decretou o abaixamento do nível de exigência dos exames de matemática e depois congratulou-se com o aumento das notas dos alunos em tão «difícil» disciplina graças ao seu trabalho. O Mugabe decretou que a epidemia de cólera que havia no Zimbabwe acabou. Por decreto, portanto, mas isso lá não interessa.
Não haverá mais mortos por cólera, porque ela foi extinta pelo Presidente. No Zimbabwe, a partir de agora, se alguém morrer de cólera a certidão de óbito deve dizer «ira» ou «nervos». A nós, portugueses, só nos falta habituarmo-nos a ser tratados como zimbabweanos. Mais quatro anos disto e vão ver quem souber 2+2 já entra em engenharia.
Os deputados faltaram a uma votação importante para a oposição e para o país. Mas isso é habitual (ia a escrever «normal», mas não me pareceu correcto). O que não me parece normal é haver uma série de deputados a justificar a coisa como normal e até o Presidente da Assembleia dizer que não poderá haver faltas, porque não faltar é uma questão de ética.
Por esta ordem de ideias não deverá haver multas para quem fala ao telemóvel no carro (na realidade parece que não há, de tal forma é «normal» ver gente a falar, principalmente naqueles carros de topo de gama...), nem penas de prisão para quem mata pessoas. É, também tudo uma questão de ética. Quando é que eles começam a perceber que já é demais a defesa irracional que fazem uns dos outros ? Já chegámos ao Zimbabwe ?! (...) »
A ministra cá decretou o abaixamento do nível de exigência dos exames de matemática e depois congratulou-se com o aumento das notas dos alunos em tão «difícil» disciplina graças ao seu trabalho. O Mugabe decretou que a epidemia de cólera que havia no Zimbabwe acabou. Por decreto, portanto, mas isso lá não interessa.
Não haverá mais mortos por cólera, porque ela foi extinta pelo Presidente. No Zimbabwe, a partir de agora, se alguém morrer de cólera a certidão de óbito deve dizer «ira» ou «nervos». A nós, portugueses, só nos falta habituarmo-nos a ser tratados como zimbabweanos. Mais quatro anos disto e vão ver quem souber 2+2 já entra em engenharia.
Os deputados faltaram a uma votação importante para a oposição e para o país. Mas isso é habitual (ia a escrever «normal», mas não me pareceu correcto). O que não me parece normal é haver uma série de deputados a justificar a coisa como normal e até o Presidente da Assembleia dizer que não poderá haver faltas, porque não faltar é uma questão de ética.
Por esta ordem de ideias não deverá haver multas para quem fala ao telemóvel no carro (na realidade parece que não há, de tal forma é «normal» ver gente a falar, principalmente naqueles carros de topo de gama...), nem penas de prisão para quem mata pessoas. É, também tudo uma questão de ética. Quando é que eles começam a perceber que já é demais a defesa irracional que fazem uns dos outros ? Já chegámos ao Zimbabwe ?! (...) »
in Crónica "Creolina" José Pedro Gomes
Ainda sobre a falta dos deputados - essa "pouca vergonha" - aqui fica a sátira dos Gato Fedorento:
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