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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Nunca lá estive, mas conheço alguém que já lá foi...

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Um amigo, meu conterrâneo, pessoa muito simpática e afável, bom conversador, amante das coisa boas da vida, jogador de xadrez nas horas livres, quando novo, tal como muitos de nós, leu os livros de Emilio Salgari e sobretudo as aventuras de Sandokan, assim como as viagens de Marco Polo (1254-1324) e idealizou que um dia havia de ir a Samarcanda conhecer essa cidade da Asia Central, passagem obrigatória da rota da seda. Se o idealizou, em 1972 concretizou-o. Essa aventura e o relato dessa epopeia, no tempo da União Soviética e antes do 25 de Abril de 1974, deliciaram alguns repastos e tertúlias com inúmeros ouvintes e admidradores. Assim o recordei com o livro que agora li.

Com a revista SÁBADO, está a ser distribuido e pelo preço simbólico de 1.00 euro, vários livros com muito interesse. O segundo dessa colecção, tem o nome de SAMARCANDA de Amin Maalouf, ex-jornalista nascido em Beirute, refugiado em Paris, foi correspondente de guerra como enviado especial em conflitos em várias partes do globo. Conhecedor da cultura islâmica e cristã dá-nos uma visão diferente do mundo árabe e uma prespetiva mais verdadeira de como os muçulmanos vêm os povos ocidentais.

Samarcanda pertence actualmente ao Uzbequistão ou Usbequistão (capital Tashkent em português - Tasquente) que é uma ex-república soviética da Asia Central. Mas já esteve ligada à Persia, à Turquia, ao Afganistão e à Mongolia. Foi fundada em 700 A.C. Foi conquistada por gregos no tempo de Alexandro Magno, pelos mongois, no tempo de Gengis Khan, pelos turcomanos no tempo de Tamerlão, pelos iranianos, sunitas, xiitas, árabes, uzebeques, ucranianos e russos. Samarcanda significa em persa antigo “ lugar do encontro, ou lugar de conflito” tendo sido destruida por varias vezes e sempre reconstruida.

Este livro não mereceria a minha especial atenção, se não tratasse da vida romanceada de Omar Khayyam - Seu nome completo era Ghiyath Al Din Abul Fateh Omar Ibn Ibrahim Al Khayyam, nasceu em Nishapur, Pérsia a 18 de Maio de 1048 e morreu na mesma cidade a 4 de Dezembro de 1131. Ficou conhecido como um iminente matemático, filósofo, astrónomo e poeta iraniano. A sua principal obra no dominio da poesia são as chamada quadras ou Rubaiyat que ficaram famosas no Ocidente a partir de tradução do poeta e escritor inglês Edward Marlborough Fitzgerald em 1839, (31 de Março de 1809 – 14 de Junho de 1883)


http://www.islam.org.br/al_khayyam.htm

Versão e tradução para o português por Alfredo Braga em...

http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/rubayat.html

50
Com a tua face como a rosa, com o teu rosto belo,
como o de um ídolo chinês, não sabes

o que o teu olhar faz do rei da Babilônia?
Um bispo do xadrez, que foge da rainha.

89
Somos os peões deste jogo do xadrez
que Deus trama. Ele nos move, lança-nos
uns contra os outros, nos desloca, e depois
nos recolhe, um a um, à Caixa do Nada.



Coimbra, 2009-02-07, António Mendes Curado

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