[2], saiu do anonimato para as páginas da história do xadrez, em decorrência do lançamento em Roma, no ano de 1512, da obra de sua autoria intitulada” Questro libro e da imparare giocare a scachi et de le partiti” (“Este livro é de aprender a jogar xadrez e ler partidas”).
[3]Escrito em italiano e espanhol, contendo aberturas, finais, problemas, partidas e até mesmo recomendações estratégicas e táticas – este livro mereceu o reconhecimento dos principais estadistas da época, sobressaindo pelo seu ineditismo e valor didático. Há muitos anos, figura entre as mais cobiçadas raridades enxadristicas, constando existir apenas um exemplar na biblioteca Queriniana de Bréscia, na Itália.
Já nos dias atuais, a pátria de Damiano aparece novamente reivindicando a paternidade de uma interessante contribuição teórica. Com base nos lances iniciais 1 e4 e5 2 Bb5!?, uma plêiade de jogadores portugueses efectuou um obstinado trabalho de pesquisa, compreendendo a sistematização dessa curiosas variante e culminando em 1990 com a edição do livro” A Abertura Portuguesa”, elaborada a quatro mão por António Ferreira e Pedro Paulo Sampaio.
Sem pretender tiara o brilho de tão louvável iniciativa, mas movido unicamente pelo intuito de estabelecer a real origem desta inusitada ideia, empreendemos uma viagem no túnel do tempo e encontramos na vetusta revista alemã ” Deutsche Schachzeitung”, em seu número de Fevereiro de 1904, a transcrição de uma partida jogada em 20.01.1904, no Campeonato do Clube de Xadrez de Viana, entre Carlos Schlechter x Ricardo Teichmann, com o seguinte comentário elucidativo referente ao lance 2 Bb5: “ Naturlich von Alapin vorgeschlagen; Weiss beabsichtigte, even. Se2 nebst f4 zu spilen” (Naturalmente, uma continuação devida a Alapin; as Brancas planejam jogar eventualmente Ce2, seguido de f4”).
Diante desta constatação, verifica-se que a glória de ter idealizado a continuação-chave 2 b5!? Cabe ao teórico e mestre russo Simão Alapin( 1856-1923), enquanto que os méritos do estudo , prática e divulgação dessa interessante linha de jogo pertencem aos engenhosos xadrezistas lusitanos. Uma prova evidente disso é a seguinte partida disputada entre o mestre português Rui Dâmaso d’Almeida e o seu colega brasileiro Herman Clausdius van Riemsdijk, por ocasião do Torneio Internacional do Clube de Xadrez São Paulo, em maio de 1989.
1. Introdução retirada do livro de Ronaldo Câmara, “ NO MUNDO DOS TRABELHOS” edição de 1996, UFC CASA DE JOSÉ DE ALECAR PROGRAMA EDITORIAL.
2. LIVRO PARA APRENDER A JOGAR XADREZ, edição CAMPO DAS LETRAS, Introdução e tradução de Nuno Sá, 2008 – ISBN 978-989-625-298-4
António Mendes Curado, Coimbra, 2008-07-13
[1] A presente transcrição segue na íntegra, o texto em português do Brasil.
[2] Pietro Damiano” arcebispo de Óstia, que 1061 numa carta dirigida ao Papa Alexandre II condenou os eclesiásticos nomeadamente o Bispo de Florença por jogarem xadrez e este, ser considerado um jogo de azar, muitas vezes confundido com o autor Damiano Portugese.
[3] LIVRO PARA APRENDER A JOGAR XADREZ, edição CAMPO DAS LETRAS, Introdução e tradução de Nuno Sá, 2008 – ISBN 978-989-625-298-4
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