Durante os dias seguintes e até no
próprio dia em que se jogaram os Campeonatos de Portugal de Partidas
Rápidas, este ano realizados em Figueiró dos Vinhos, fui lendo o que se
ia escrevendo sobre as competições, roendo-me de inveja por não estar
presente nessa festa escaquística.
Não que seja um grande apreciador do
ritmo jogado, mas o convívio que este tipo de torneios proporcionam já é
razão suficiente para me suscitar vontade de estar presente, mesmo
sabendo que levarei farta porrada.
Além disso há também o lado afectivo,
pois a primeira competição oficial em que participei, foi exactamente
num Campeonato de Portugal de Partidas Rápidas (individual), mais
concretamente na edição de 1976 realizada em Abrantes, tendo nessa
altura ficado deslumbrado por estar no meio de tantos jogadores que só
conhecia de nome, sendo que alguns, mais tarde, vieram a tornar-se meus
amigos e até colegas de equipa.
Cheguei a participar em vários torneios
de partidas rápidas, pois nessa altura, sem computadores nem programas
de emparceiramento, era o ritmo mais utilizado na organização de provas
de xadrez, pela facilidade que tinham em se organizarem, mesmo sendo um
torneio com muitos participantes. E acerca dos emparceiramentos dessa
altura, recordo-me de ter participado num torneio de semi-rápidas
realizado pelo sistema suíço de emparceiramento (manualmente) em que,
depois de terminada uma sessão, era necessário esperar uma hora, ou
mais, para que estivesse pronto o emparceiramento da sessão seguinte, o
que tornava impraticável os torneios de semi-rápidas realizados com este
sistema.
Voltando ás partidas rápidas e ao
Campeonato de Portugal, depois de Abrantes, edição em que os jogadores
do Sporting, talvez a melhor equipa de xadrez daquela época, chegaram
atrasados e tiveram que constituir um grupo preliminar só com eles,
voltei a participar na edição de 1978 realizada em Alhandra, confirmando
a festa que eram estes campeonatos que, na falta de haver outros
torneios, acabavam por proporcionar encontros entre jogadores que já não
se viam desde os campeonatos do ano anterior, aproveitando estes
momentos para colocarem em dia a conversa atrasada por um ano de
interregno.
Depois de Alhandra, não voltei a
participar em mais nenhum Campeonato de Portugal de Partidas Rápidas e
desde lá até aqui já o António Fernandes ganhou 14 campeonatos
individuais, sendo o último deles na edição desde ano, uma organização
bastante elogiada, que serviu também para homenagear Álvaro Gonçalves,
que além de autarca (vice-presidente da Câmara Municipal de Figueiró dos
Vinhos) era também xadrezista.
Relativamente
ao homenageado, fui seu adversário na 4.ª sessão do Torneio
Internacional da Figueira da Foz de 2010, numa partida que se foi
mantendo equilibrada até ao momento em que cometi um enormíssimo erro
(no 23.º lance) acabando por vir a perdê-la. A fotografia de fundo que
desde o mês passado estou a utilizar neste blogue foi tirada durante
essa partida.
Em jeito de homenagem, reproduzo a folha
de anotação da partida entre mim e o falecido Álvaro Gonçalves e que
pode também ser reproduzida imediatamente a seguir.
por Francisco Carapinha
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