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sábado, 18 de fevereiro de 2017

Hotel Estoril Palácio




Aos 82 anos José Afonso é o mais antigo funcionário do Hotel Estoril Palácio. Encontrou um cliente morto, viu Zsa Zsa Gabor aos gritos, entrou num filme do 007 e gastou 8 escudos para ver a Revolução. 

Era um dia de inverno e o sol ainda não tinha nascido. Como todas as manhãs, José Afonso saiu pelas traseiras da cozinha do pessoal do Hotel Estoril Palácio para ir buscar o carvão que ia servir para acender os fogões da cozinha. O saguão estava mal iluminado, mas José Afonso já conhecia de cor o caminho até às tulhas. Sabia por isso que havia um desnível antes de chegar ao compartimento onde se guardavam as pedras de carvão, uma espécie de lancil. Naquela manhã, porém, tropeçou.

“Era um homem que estava ali caído, estava morto. Fui a correr à cozinha chamar o meu tio que estava de serviço, ele chamou o diretor e tomaram conta daquilo. O homem era um cliente do hotel, um turco, e ninguém sabe como foi ali parar. Devia andar por ali, falhou-lhe o pé por qualquer motivo e caiu. Ficou assim, a cabeça para um lado e os pés para o outro. A notícia saiu no jornal e tudo, com o meu nome, porque tinha sido eu a encontrá-lo. Foi um grande susto.”

Sessenta e quatro anos depois deste episódio, José Afonso continua no Hotel Estoril Palácio. Já não trabalha na cozinha do pessoal, onde esteve depois de passar pela copa e pela cafetaria, já não está na cozinha dos clientes, já não é bagageiro. Desde 1963 que ocupa o cargo de voiturier. Todos os dias está na entrada do hotel a receber os clientes. Abre a porta do carro, dá-lhes as boas vindas, acompanha-os até à porta de entrada e aponta o caminho para o check in. Caso seja necessário, estaciona as viaturas.


in: Observador 




 Este Senhor é  "novo" demais para ter conhecido Alekhine. É pena !  Devia ter dado uma excelente reportagem.


Ainda sobre a morte de Alehkine, aqui fica um artigo sobre o mesmo do site  "Chess History, poEdward Winter  http://www.chesshistory.com/winter/extra/alekhine3.html


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