Transcrevo um artigo de Miguel Esteves Cardoso que foi publicado na sua coluna habitual do jornal Público no passado dia 5 de Fevereiro.
É, provavelmente, um dos melhores textos que alguma vez li sobre o que são os amigos, o que significa a verdadeira amizade e como o tempo não leva as verdadeiras amizades.
É, provavelmente, um dos melhores textos que alguma vez li sobre o que são os amigos, o que significa a verdadeira amizade e como o tempo não leva as verdadeiras amizades.
Amigos para sempre
Os amigos cada vez mais se vêem menos. Parece que era só quando éramos novos, trabalhávamos e bebíamos juntos que nos víamos as vezes que queríamos, sempre diariamente. E, no maior luxo de todos, há muito perdido: porque não tínhamos mais nada para fazer.
Nesta semana, tenho almoçado com amigos meus grandes, que, pela primeira vez nas nossas vidas, não vejo há muitos anos. Cada um começa a falar comigo como se não tivéssemos passado um único dia sem nos vermos.
Nada falha. Tudo dispara como se nos estivera - e está - na massa do sangue: a excitação de contar coisas e a alegria de partilhar ninharias; as risotas por piadas de há muito repetidas; as promessas de esperanças que estão há que décadas por realizar.
Há grandes amigos que tenho a sorte de ter que insistem na importância da Presença com letra grande. Até agora nunca concordei, achando que a saudade faz pouco do tempo e que o coração é mais sensível à lembrança do que à repetição. Enganei-me. O melhor que os amigos e as amigas têm a fazer é verem-se cada vez que podem. É verdade que, mesmo tendo passado dez anos, é como se nos tivéssemos visto ontem. Mas, mesmo assim, sente-se o prazer inencontrável de reencontrar quem se pensava nunca mais encontrar. O tempo não passa pela amizade. Mas a amizade passa pelo tempo. É preciso segurá-la enquanto ela há. Somos amigos para sempre mas entre o dia de ficarmos amigos e o dia de morrermos vai uma distância tão grande como a vida.
Nesta semana, tenho almoçado com amigos meus grandes, que, pela primeira vez nas nossas vidas, não vejo há muitos anos. Cada um começa a falar comigo como se não tivéssemos passado um único dia sem nos vermos.
Nada falha. Tudo dispara como se nos estivera - e está - na massa do sangue: a excitação de contar coisas e a alegria de partilhar ninharias; as risotas por piadas de há muito repetidas; as promessas de esperanças que estão há que décadas por realizar.
Há grandes amigos que tenho a sorte de ter que insistem na importância da Presença com letra grande. Até agora nunca concordei, achando que a saudade faz pouco do tempo e que o coração é mais sensível à lembrança do que à repetição. Enganei-me. O melhor que os amigos e as amigas têm a fazer é verem-se cada vez que podem. É verdade que, mesmo tendo passado dez anos, é como se nos tivéssemos visto ontem. Mas, mesmo assim, sente-se o prazer inencontrável de reencontrar quem se pensava nunca mais encontrar. O tempo não passa pela amizade. Mas a amizade passa pelo tempo. É preciso segurá-la enquanto ela há. Somos amigos para sempre mas entre o dia de ficarmos amigos e o dia de morrermos vai uma distância tão grande como a vida.
Miguel Esteves Cardoso in Público, 5 de Fevereiro de 2011
Miguel Barriga
Miguel Barriga
1 comentário:
O MEC sempre foi uma pessoa bastante inteligente e atento á realidade, não é de estranhar a sua costela inglesa! Mas as pessoas com qualidades neste país ou emigram aborrecidas com este pântano ou desaparecem por completo, porque na televisão ou jornais não interessa gente inteligente ou que ponha os outros a pensar. Tenho saudades de assistir ao programa da Má Língua com o MEC. Isto cada vez parece ir de mal a pior e os meios de comunicação já andam a caminhar para serem detidos por Angola com o Dias Loureiro a mexer-se na sombra. A Merkel mázinha de hoje e para alguns, se calhar amanhã seria uma santa comparada com a possibilidade do país vir a cair nas mãos de Angola (comunicação), Brasil ou China (rede eléctrica, Portugal como um porto chinês!). O MEC toca num ponto fundamental a meu ver: Uma sociedade sem valores e individualista do salve-se quem puder, muito fruto de um sistema de educação falhado com apelos ao facilitismo, fraude e consumismo e apelo do TER em vez do SER e um futuro triste onde as pessoas e os portugueses morrem sózinhos nas suas casas. Tive um amigo meu que foi viver para um país da américa latina, onde também existe grande pobreza mas disse-me logo que as pessoas por lá lhe davam mais valor.
Há algum tempo, ouvi uma frase que guardei comigo: Nunca dês prioridade a quem te tem como opção!
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