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domingo, 14 de setembro de 2008

Crónica sobre xadrez nº 10 - A Índia conta-ataca !

A Índia contra-ataca

Teor da crónica da semana passada desagradou ao lobby indiano do Grupo de Xadrez de Santarém, que se apressou em apresentar as suas reclamações, por o Grupo dar cobertura a teses pouco fundamentadas e sem credibilidade científica, como a de que o xadrez nasceu primeiro na China e não na Índia. O cronista lembra que se limitou a reproduzir a opinião expressa numa página da Internet (que lhe pareceu bem documentada), sem que tome de facto partido: no fim, recomenda mesmo ao leitor que leia a dita página para que possa por si formular a sua opinião nesta questão que se adivinha polémica, insinuando-se mesmo um interesse de mera curiosidade. Voltamos pois a insistir nessa recomendação, desta vez especialmente endereçada aos críticos: ficam uns prints dessa página no Kabab(*) para quem não tem Internet.

Agradecemos evidentemente aos críticos as razões expostas, que partilharemos com os leitores, assinalando no entanto com regozijo o facto de vermos concretizado pela primeira vez um dos motes desta crónica, que era o da interactividade: por isso foi feita uma página na Internet e se abriu um endereço de e-mail; fica mais uma vez o convite ao leitor para interagir com esta crónica remetendo sugestões, críticas, o que lhe vier à cabeça, etc... A propósito, o tom das críticas à não actualização da página da Internet do Grupo tem vindo a crescer significativamente, pois hoje a qualidade de uma página na Net mede-se pela frequência da sua actualização, face a extrema voracidade do internauta. Há pois que pensar numa página em permanente evolução, com reais conteúdos informativos, em interacção com outras redes dedicadas ao xadrez.

Voltando ao assunto dos nossos críticos. Eruditos em literatura e cultura indiana, são muitos os argumentos e as fontes que invocam; mas deixemos estas e limitemo-nos àqueles que parecem mais plausíveis. Como por exemplo, no Sul da Índia certos pescadores pescam com redes a que chamam tradicionalmente de «chinesas» (se bem que possam ter vindo por mar), e muitas das novas invenções que vinham do Ocidente através de Bizâncio, eram apelidadas de «Rom» (vinham de «Roma», neste caso a Roma do Oriente, Constantinopla): ou seja os indianos não são plagiadores e gostam de atribuir o mérito onde ele está, por isso nunca se diriam inventores de um jogo se não o fossem. Outro bom argumento é de que não são só os indianos que o dizem, mas também os persas, nas suas mais importantes e antigas obras literárias. Ora os persas tinham boas comunicações com a China através da Rota da Seda: logo não lhes teria escapado se o jogo fosse de origem chinesa. Um último argumento: a tradição.

Finalmente uma terceira pista: desenterrou-se em 1972 no Uzbequistão, país deserto situado a Norte do Afeganistão, precisamente nas tais rotas , um jogo de xadrez em que se discernia um elefante, posteriormente datado como sendo do século II d.C.



Para a semana discutiremos esta questão: não terá o xadrez nascido antes no Uzbequistão ?

by José Fernando in jornal "O Ribatejo", Junho 1998


(*) Café que ficava situado junto a Escola Secundária Dr. Ginestal Machado; era o café mais frequentado pelos jovens da cidade de Santarém e um dos únicos onde realmente se podia jogar xadrez – e todos jogavam ! Fechou há uns anos após aguentar anos de pressão da Câmara e dos “velhos do Restelo” desta cidade, que não descansaram enquanto não fecharam o café.

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